A Polícia Civil do Rio investiga o possível envolvimento de outras pessoas numa tentativa de golpe a uma agência bancária, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde uma mulher foi flagrada com um homem morto numa cadeira de rodas. Érika de Souza Vieira Nunes tentou sacar um empréstimo pré-aprovado no valor de R$ 17 mil, na tarde desta terça-feira. Os investigadores analisam as imagens das câmeras seguranças do banco.
O caso foi registrado na 34ªDP (Bangu) para onde a mulher foi levada. Segundo o delegado Fábio Souza, em depoimento, Érika contou que é sobrinha do idoso e que chegou na delegacia acompanhada do tio em um carro de aplicativo. A tentativa de aplicar o golpe foi gravada por funcionários do banco que desde o início desconfiaram da situação. Ao perceber que o homem não respondia aos comandados da mulher, os funcionários chamaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência e a polícia. Assista:
No vídeo, é possível perceber que Érika segura a cabeça de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, o tempo todo. Sem o menor pudor, ela conversa com o morto e chega a pedir que ele assine os papéis para liberação do empréstimo. “Assina para não me dar mais dor de cabeça, ter que ir no cartório. Eu não aguento mais” diz a mulher para o homem inerte. Enquanto isso, os funcionários do banco salientam que algo de errado está acontecendo com o idoso. “Eu acho que ele não está legal, não está bem, não”, diz uma atendente. Mas Érika não aparenta preocupação com o estado de saúde do tio.
“Tio Paulo precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer, eu faço. Igual ao documento aqui: Paulo Roberto Braga. O senhor segura (a caneta). O senhor segura forte pra caramba a cadeira aí. Ele não segurou ali a porta?”, diz Érika na imagem gravada pelos funcionários. Ela ainda insiste e pede para que ele assine o nome como está no documento. “Se o senhor assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor. O que eu posso fazer eu faço. Assina aqui, igual ao documento”. A morte de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, foi constatada pelo SAMU e o corpo encaminhado para o Instituto Médico Legal, onde passará por uma perícia que irá determinar a causa da morte. Na delegacia, Érika contou que era cuidadora do tio e que ele já estava debilitado. O delegado Fábio Souza afirmou que a mulher não é parente de sangue do idoso e apura se há relação familiar entre eles. Érika poderá responder por estelionato e vilipêndio a cadáver.
17/abr/2024 . 14:02
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