Comumente usado para tratar disfunção erétil, o Viagra pode ter um benefício adicional: reduzir o risco do desenvolvimento de Alzheimer, um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, sobretudo em pessoas de idade. A descoberta foi feita por pesquisadores do Centro Médico Monte Sinai, em Nova York (EUA). De acordo com o estudo, o sildenafil, princípio ativo do Viagra, bloqueia uma enzima encontrada no cérebro de quem sofre da doença, a PDE5.
Em pacientes com Alzheimer, a proteína está “significativamente aumentada” na parte do cérebro que gerencia a memória, como informa a pesquisa. A análise foi feita com mais de 27 mil pessoas com mais de 65 anos, comparando metade dos participantes que receberam prescrição de sildenafil com a metade que não recebeu. Os resultados mostraram que, de fato, o medicamento suprime a PDE5. — Descobrimos que o sildenafil estava significativamente associado a um risco 60% menor de desenvolver a doença de Alzheimer — disse o autor do estudo, Xingyue Huo, ao jornal britânico “The Sun”. O famoso “azulzinho” também aumenta o suprimento de sangue, o que é considerado capaz de melhorar a saúde do cérebro e até potencialmente tratar a demência.
Dados iniciais do 1º Relatório Nacional de Demências, encomendado pelo Ministério da Saúde e que deve ser publicado até o fim de 2023, mostram que o número de pessoas com a doença pode estar na faixa dos 2,4 milhões. No entanto, a quantidade de pessoas não diagnosticadas pode fechar entre 75% a 95%, como adiantou a pesquisadora Claudia Suemoto, da Universidade de São Paulo (USP) à Agência Brasil. A doença é conhecida pela perda progressiva de memória, entre outras consequências.
Viagra também trás riscos à saúde
Os efeitos colaterais mais comuns do Viagra incluem dor de cabeça, rubor facial, congestão nasal, tonturas e distúrbios visuais. Embora menos comuns, alguns efeitos colaterais graves podem ocorrer, como infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, acidente vascular cerebral e priapismo (ereção prolongada e dolorosa). É importante informar o médico sobre todos os medicamentos que você está tomando antes de iniciar o uso do Viagra. Além dos nitratos e doadores de óxido nítrico, o Viagra pode interagir com outros medicamentos, como bloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da protease, antibióticos e outros inibidores da PDE5.