Quatro trabalhadores morreram depois de serem soterrados em uma obra no bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (17). Uma outra pessoa ficou ferida, mas sobreviveu. Trabalhadores ficaram soterrados numa obra de construção civil em Belo Horizonte. O empreendimento fica esquina da Rua Jornalista Djalma Andrade com Dicíola Horta, no bairro Belvedere, na Região Centro-Sul da capital mineira.

Segundo informações iniciais do Corpo de Bombeiros, um talude de três metros de altura, que serve para conter a inclinação do terreno, estava trincado. Os funcionários faziam a limpeza da área para escorar o barranco e controlar a ruptura, quando a estrutura desabou.

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Com Informações do Vitória da Conquista Notícias

“Um talude onde estava sendo feito um trabalho de fundação estava com um corte em 90°. A princípio, sem escoramento, e esse terreno veio a ceder e soterrar esses funcionários”, explicou o tenente Felipe Biasibetti, do Corpo de Bombeiros. Cinco vítimas que trabalhavam na construção foram atingidas. Quatro delas morreram. Uma sexta pessoa conseguiu escapar do desmoronamento.

Quem são os mortos?

De acordo com boletim de ocorrência da Polícia Militar, os mortos são: Roberto Mauro Silva, de 57 anos; Zacarias Evangelista Fonseca, de 58 anos; Rafael Pereira Barbosa, de 34 anos e Juliana Angélica Menezes Veloso, de 30 anos. Roberto Mauro Silva, Zacarias Evangelista Fonseca e Rafael Pereira Barbosa morreram no local. A engenheira Juliana Angélica Menezes Veloso foi socorrida com vida pelo helicóptero Arcanjo, do Corpo de Bombeiros, para o Hospital João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos. A previsão é que todas as vítimas sejam sepultadas no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte, às 11h desta quarta-feira (18).

Um outro trabalhador de 23 anos, foi um dos sobreviventes. Ele teve lesões na perna e foi levado para o Hospital Odilon Behrens. À Polícia Militar, o trabalhador contou que limpava o espaço com os colegas para colocar vigas e escorar o talude, quando a estrutura cedeu. Ele ficou soterrado da cintura para baixo e foi puxado para fora dos escombros por outras pessoas. Um sexto funcionário também estava no local e conseguiu escapar do desabamento. Seis viaturas do Corpo de Bombeiros e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atuaram no resgate.

À TV Globo, uma fonte ligada à obra disse que se trata da construção de um shopping de bairro, também conhecido como street mall, com 33 lojas. A rede de supermercados Verdemar é a principal dona do empreendimento, onde também haverá uma unidade do grupo. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, a construção estava regular, e o alvará, ativo. O comunicado de obra ocorreu em 14 de setembro deste ano. Ainda de acordo com a administração municipal, é o responsável técnico (RT) que tem responsabilidade pela estabilidade e demais assuntos referentes ao projeto e estrutura.

A Defesa Civil da capital esteve no local e isolou a área. A empreiteira foi notificada para providenciar medidas de segurança e mitigação dos riscos. Em nota, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) disse que “as apurações realizadas até o momento indicam que a obra estava em situação regular, com apresentação de responsável técnico e as devidas Anotações de Responsabilidade Técnica (ART)”. “Contudo, as verificações continuam em curso. As informações já levantadas serão encaminhadas para a Câmara Especializada de Engenharia Civil, do Crea-MG, para verificação de responsabilidades em relação ao sinistro ocorrido nesta data”, completou o conselho.

O caso é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Apesar das informações sobre uma possível trinca no talude, as causas do desmoronamento ainda serão apuradas pela instituição. Pouco depois do ocorrido, a perícia esteve no local para realização dos primeiros levantamentos e coleta de vestígios. O próximo passo é reunir os laudos periciais e colher depoimentos das testemunhas. “Essa informação pode definir se foi causa acidental ou se teve negligência”, disse a delegada Lorena Vaz de Mello. Os corpos das vítimas foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte para serem submetidos aos exames periciais.

O que diz a empreiteira?

A Kaeng Construção LTDA, terceirizada responsável pela obra, lamentou o ocorrido e disse que todos os alvarás estavam “em ordem”. Veja nota completa abaixo: “A Kaeng Construção LTDA. vem a público se manifestar sobre a fatalidade acontecida na data de hoje, informar que lamentamos profundamente o ocorrido e estamos acompanhando próximo, com a finalidade de garantir, toda a assistência às vítimas e aos seus familiares. Informamos, também, que a obra contava com profissionais técnicos e com todos os alvarás em ordem. Isto indica que se trata de uma fatalidade. As autoridades competentes estão no local para apuração das causas. Desta forma, fica a nossa solidariedade às vítimas e aos seus familiares”.

O que diz o Verdemar?

O grupo Verdemar também afirmou que acompanha “de perto”, para garantir assistência às vítimas e familiares. Veja nota completa abaixo: “Lamentamos profundamente o ocorrido e estamos acompanhando de perto para garantir, juntamente com a Construtora Kaeng, responsável pela obra, toda a assistência às vítimas, aos atendimentos em andamento no local e aos familiares de todos. A obra contava com profissionais técnicos e com todos os alvarás e licenças, indicando se tratar de uma fatalidade. As autoridades estão no local para apurar as causas”.

// G1-MG.