No Brasil, de acordo com informações fornecidas pelo Ministério da Saúde, mais de 65 mil indivíduos aguardam por um transplante de órgão, marcando um dos maiores números registrados nos últimos 25 anos. Entre esses, 386 pacientes estão atualmente à espera de um coração, conforme os dados mais recentes disponibilizados pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) em sua atualização de quarta-feira (16).

Recentemente, o apresentador Fausto Silva passou por duas semanas de hospitalização, durante as quais sua condição de insuficiência cardíaca agravou-se. Em decorrência disso, o hospital comunicou que ele necessitará de um transplante cardíaco. Apesar de o número de pessoas na fila por um coração ser menor, a situação é especialmente crítica devido à natureza vital desse órgão, sendo o único do gênero no corpo humano. Comparativamente, o cenário é diferente no caso de transplantes renais. Aproximadamente 37 mil indivíduos aguardam por um rim, porém a perspectiva de conseguir um doador é relativamente mais favorável devido à duplicidade desse órgão e à possibilidade de uma vida saudável com apenas um rim funcional.

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Com Informações do Vitória da Conquista Notícias

Importante mencionar que a doação de um coração é viável apenas após a confirmação de morte cerebral de um doador e está sujeita a critérios específicos como compatibilidade de peso, altura e tipo sanguíneo. No Brasil, a gestão de transplantes é centralizada em uma única lista sob o guarda-chuva do Sistema Único de Saúde (SUS), sob a responsabilidade direta do Ministério da Saúde. Todos os pacientes que necessitam de transplante entram nessa mesma fila, sem que o poder aquisitivo do paciente tenha influência sobre a ordem. Além disso, é crucial destacar que a comercialização de órgãos humanos é ilegal no país.

Faustão pode abreviar a fila, caso seu quadro se agrave

Conforme explicação fornecida por um médico entrevistado pela reportagem, o período de espera pode oscilar entre 2 e 18 meses, variando de acordo com a seriedade da condição do paciente e a compatibilidade entre doador e receptor. O especialista, o Dr. Pego, destacou que a lista de espera segue uma ordem sequencial, porém, há também um sistema de prioridades que, em alguns casos, permite que pacientes avancem na fila, mesmo que tenham se inscrito posteriormente. Pacientes que estão hospitalizados e necessitam de suporte para o coração e outros órgãos são colocados no topo dessa lista.

No caso do apresentador Faustão, que está sob internação há mais de duas semanas, o hospital Albert Einstein relatou que ele está sob cuidados intensivos, requerendo tratamento de diálise e medicamentos para aprimorar a capacidade de bombeamento de seu coração. Entretanto, de acordo com informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no último ano, no estado de São Paulo, houve o ingresso de 214 indivíduos na lista de espera por um transplante cardíaco, entretanto, lamentavelmente, 43 pacientes faleceram antes de poderem passar pela cirurgia – resultando em uma taxa de mortalidade de 20%. A nível nacional, dos 432 indivíduos que foram incluídos na fila para um novo coração, 105 (24%) perderam suas vidas antes de terem a oportunidade de receber o transplante. É importante ressaltar que as taxas de mortalidade na fila variam devido à contínua inclusão de novos pacientes, mas os dados do ano de 2022 demonstram índices consideravelmente elevados. É imperativo intensificarmos os esforços de conscientização junto às famílias acerca da importância das doações de órgãos, uma vez que uma fila que permanece estagnada resulta em um trágico desfecho para aqueles que aguardam. A inércia da fila de transplantes se traduz em vidas que se perdem.

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