Depois de apenas um mês e meio no governo, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, renunciou nesta quinta-feira (20). Ela é a terceira líder do Reino Unido consecutiva a deixar o cargo antes do fim do mandato, e a que menos tempo ficou no posto na história do país.

Truss, que substituiu Boris Johnson no comando do país, já vinha sofrendo uma forte pressão para renunciar por conta de um polêmico plano econômico que gerou revolta no mercado e dentro de seu próprio partido. O plano previa um corte amplo e severo de impostos e, em paralelo, um empréstimo bilionário para tentar cobrir o rombo nas contas públicas. A proposta foi muito mal recebida no país, em um momento no qual a inflação do Reino Unido ultrapassou os 10% – a maior taxa nos últimos 40 anos -, e fez a libra desabar para o menor valor da história frente ao dólar.

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Com Informações do Vitória da Conquista Notícias

Liz Truss sobre morte da Rainha Elizabeth II: 'Inspiração pessoal para mim  e muitos britânicos' | Mundo | Valor Econômico

Em pronunciamento na porta de Downing Street, a sede do governo do Reino Unido, em Londres, Liz Truss , acompanhada de seu marido, disse que já informou sua renúncia ao rei Charles III . “Nós lançamos uma visão para impostos baixos e alto crescimento que nos permitiria desfrutar da liberdade do Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia). Eu reconheço que não consigo entregar o mandato para o qual eu fui eleita”, declarou a premiê, que apontou uma série de influências externas que prejudicaram sua breve gestão. “Assumi o cargo em um momento de grande instabilidade econômica e internacional. Famílias e empresas estavam preocupadas sobre como pagar suas contas, a guerra ilegal de Putin na Ucrânia ameaça a segurança de todo o nosso continente e nosso país foi retido por muito tempo por baixo crescimento econômico”, completou.

Dear, oh dear.? Truss sob pressão para deixar cair mini-orçamento

Truss afirmou ainda que permanecerá no cargo até que o Partido Conservador escolha outro líder – no tipo de regime do Reino Unido, uma monarquia parlamentarista, o partido vencedor das eleições gerais é quem escolhe o primeiro-ministro do país. Como o Partido Conservador foi o vencedor das últimas eleições, cabe a sigla trocar seu líder, o que, segundo o comitê responsável pelas eleições internas da sigla, deve acontecer até 28 de outubro. Mais cedo, o porta-voz da premiê afirmou que ela cumpriria seu mandato. Logo depois, no entanto, a própria Liz Truss convocou com urgência o presidente do comitê de seu partido responsável por convocar novas eleições internas, Graham Brady.

Plano econômico original de Liz Truss é um erro, diz Biden | CNN Brasil

Ao longo da semana, a fila de parlamentares e membros do próprio partido de Truss que pedem a saída da atual líder foi aumentando rapidamente. Segundo a imprensa britânica, mais da metade dos membros do Partido Conservador apoiava a renúncia. Também na última semana, Truss perdeu dois ministros: o de Finanças, responsável pelo polêmico plano, e a do Interior, Suella Braverman, que renunciou na quarta-feira (19). A saída de Braverman, considerada a mais linha dura do governo de Truss, acelerou e aprofundou a crise. O pronunciamento do novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt, foi considerado a gota d´água para minar a credibilidade de Truss. No Parlamento, Hunt anunciou que mudaria por completo o plano da primeira-ministra, que ficou sentada atrás dele sem se pronunciar. “A primeira-ministra perdeu o controle do governo e a confiança dos parlamentares conservadores”, declarou o deputado Steve Double, do próprio partido de Truss, um dos que exigiram a renúncia.

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, acompanhada de seu marido após anunciar renúncia do cargo, em 20 de outubro de 2022.  — Foto: Toby Melville/ Reuters

// G1.

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