O mês dedicado à mulher pode estar acabando, mas a luta e as referências permanecem  e em todos os espaços, inclusive no esporte, seja ele qual for. Assim é no rugby – esporte coletivo de intenso contato físico. Em Vitória da Conquista a modalidade começou a ser praticada há 10 anos e sempre contou com a participação de Clarice Couto (34), casada e já mãe de dois meninos. “Fui a primeira mulher a fazer parte do time Ymborés e fiquei treinando durante alguns meses no meio de 25 homens”, lembra Clare, como é conhecida a treinadora e coordenadora do time feminino adulto do Ymborés Rugby Club, equipe conquistense que leva o nome de uma das tribos indígenas da região e que foi fundada em 2012, no dia do aniversário da cidade (9 de novembro).

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Com Informações do site PMVC

Clare no CT da seleção brasileira em São José dos Campos

A maioria das mulheres do município que se interessa pelo esporte conhece Clare, pois ela sempre busca promover o rugby e o time do qual é uma das fundadoras junto com seu esposo Gabriel Couto, que atualmente é árbitro nacional do esporte. E todo o amor e dedicação têm dado frutos. No início do ano, a treinadora da seleção brasileira feminina juvenil fez um convite especial para Clare e, na segunda semana de março, a conquistense foi uma das treinadoras auxiliares da seleção juvenil durante o CAMP nacional em São José dos Campos (SP) – onde os atletas ficaram reunidos por uma semana recebendo informações para melhoria e aperfeiçoamento no esporte. “Foi uma experiência surreal: ser a primeira treinadora do Nordeste a conquistar esse espaço. Pude trocar experiências, passar o meu conhecimento e observar, aprender e trazer muita coisa boa aqui pra nossa região”, comentou Clare.

Falando em região, ela afirma que a sua convocação também é fruto da prática de seus conhecimentos em Conquista e em Planalto. O time conquistense implantou na cidade vizinha o Projeto Nina, voltado para meninas de sete a 19 anos com o objetivo de fomentar o acesso, abrir espaço para a prática do rúgbi de base e receber capacitações antirracista, de combate ao abuso e assédio sexual. Segundo Clare, a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) selecionou em maio de 2021 oito projetos, entre eles o do Ymborés – único do Nordeste.

De atleta a treinadora

Existe um ditado português que diz: “A necessidade aguça o engenho” e assim aconteceu com Clare. Entre 2017 e 2018, a equipe feminina ficou sem treinador. “Então eu tive que ser atleta e treinadora ao mesmo tempo. Isso acabou me prejudicando em campo, então eu decidi focar apenas em ser treinadora”, conta. Desde então, ela vem fazendo cursos da World Rugby, que é a maior potência do rugby mundial, da CBRu e também com o treinador da seleção portuguesa, Henrique Rocha.

Treinadora do feminino adulto e dos novatos, Clare conta com um grupo de mulheres determinadas para tocar o projeto Nina: Ivanildes Oliveira, Eliana e Kamilla Bittencourt e Lua Luana Lima. O projeto atendeu mais de 50 meninas e terminou 2021 com 36 meninas de oito a 19 anos. “Devido ao sucesso do projeto Nina aqui, fui convidada pra fazer parte do estande do projeto nacional na Copa Cultura Inglesa. Conversamos, recebemos várias orientações e fomos reconhecidas pelo nosso trabalho realizado aqui na Bahia”, comenta Clare com seu sorriso típico.

Novas pretensões

Com o mesmo entusiasmo, a treinadora conquistense fala de suas aspirações que levam a sororidade da mulher e os valores do rugby. “Agora eu pretendo é voar cada vez mais alto, conquistar novos espaços, fazer com que essas meninas e essas treinadoras que estão comigo também consigam conquistar novos espaços. Que elas não fiquem sem conquistar seus objetivos, que elas realmente possam vir a batalhar e querer chegar num lugar cada vez mais alto”.

Segundo Clare, o projeto Nina deve prosseguir em Planalto e o clube pretende também realizar esse projeto em Vitória da Conquista.

Quem quiser conhecer mais o rugby, uma nova turma deve ser formada no fim de abril. O time também está programando um dia de atividade sobre o esporte. “Neste camp, a gente faz identificação de talento: se é corrida, se é força e todos os biótipos físicos são muito bem-vindos no esporte. O rugby é muito inclusivo”, revela a treinadora.

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