Três irmãos morreram depois que o quarto em que eles dormiam pegou fogo, em uma casa da Vila Real, em Poá, na madrugada desta quarta-feira (17). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas são dois meninos de 2 e 9 anos, além de uma garota de 14. Os três foram carbonizados.

As vítimas, segundo a polícia, são Gabriel Reis de Faria e Vieira, de 9 anos; Fernanda Verônica Reis de Faria e Vieira, de 14 anos, e Lorenzo Reis de Faria e Vieira, de 2 anos. Os irmãos haviam sido adotados em 2014 e em 2019. De acordo com os bombeiros, o pai Ricardo Reis de Farias e Vieira, dormia em outro quarto quando percebeu o incêndio. Sem conseguir arrombar a porta, foi até a delegacia, que fica perto do imóvel, e pediu ajuda. “Ele veio pedir socorro na delegacia, porque as crianças estavam trancadas lá e ele não conseguia arrombar a porta. O policial civil foi até a casa e arrombou a porta. Em razão das chamas, não conseguiu avançar até o quarto, ingressar no quarto”, explica o delegado Eliardo Amoroso Jordão.

Os bombeiros foram chamados e oito veículos da corporação se deslocaram para o local. “Quando nossa primeira viatura chegou, o fogo já havia tomado toda a casa. A gente se limitou a tentar baixar a temperatura para iniciar a operação. São três cômodos. Eles iniciaram a exploração pelo cômodo dos fundos, pelo quarto dos fundos. Em seguida, adentraram o quarto do meio, onde foram encontrados os três corpos”, explica o capitão Edson Vieira. “O cômodo menos atingido foi o da frente, que é a sala. Os dois quartos [foram] completamente tomados. A casa foi 90% tomada pelas chamas, pela fuligem. Tinha grades nas janelas e talvez isso tenha dificultado a saída das crianças. Só a perícia vai dizer, posteriormente”. O corpo de Fernanda foi encontrado no banheiro. O irmão, Lorenzo, estava no centro do quarto das crianças. Já o corpo de Gabriel estava próximo a uma janela. O outro pai, Leandro José Reis de Farias e Vieira, que mora em Mogi das Cruzes, chegou ao local pela manhã e ficou desolado com o que encontrou.

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Ainda não há informações sobre o que pode ter causado o incêndio. O caso foi registrado pelo DP Central de Poá. O delegado informou que uma segunda perícia será realizada e, por enquanto, trabalha com todas as possibilidades. “O trabalho pericial está sendo feito. A gente ainda está na pendência de conseguir confirmar alguns detalhes. Nesse momento a gente trabalha com todas as possibilidades. Não descarta nada”. “Algumas pessoas já foram ouvidas. No momento, a polícia já tem informações que estão sendo checadas com testemunhas e câmeras de monitoramento que possam ter captado imagens”, completa o delegado.

Polícia pede prisão dos pais

A Polícia Civil pediu na tarde desta quarta-feira (17) a prisão temporária de Ricardo Reis de Faria e Vieira. Ele é um dos pais dos três irmãos que morreram depois que o quarto em que eles dormiam pegou fogo, em Poá. A defesa de Faria informou que não vai se pronunciar sobre o caso. A ocorrência aconteceu na madrugada desta quarta-feira (17) na casa em que os três irmãos Gabriel Reis de Faria e Vieira, de 9 anos; Fernanda Verônica Reis de Faria e Vieira, de 14 anos, e Lorenzo Reis de Faria e Vieira, de 2 anos moravam com o pai adotivo Ricardo Reis de Farias e Vieira. O quarto em que eles dormiam pegou fogo e os três corpos foram encontrados carbonizados pela polícia.

Vieira compartilhava a guarda dos filhos com o ex-companheiro com quem viveu por quase 15 anos. Os filhos foram adotados pelos dois em 2014 e em 2019. Segundo o delegado Eliardo Jordão, que investiga o caso, o pedido foi feito para viabilizar as investigações. “Só esclarecer aqui a prisão temporária não aponta, não acusa ninguém. É uma prisão processual, um instrumento jurídico para viabilizar a continuidade das investigações. Este foi o motivo em razão de algumas contradições que nós constatamos ao longo do dia”, afirma Jordão. Entre as contradições, segundo Jordão, está o depoimento de Vieira, em que ele disse não ter visto nenhuma criança no quarto e nem escutado pedido de socorro. Mas, quando foi pedir socorro na delegacia, disse que os filhos estavam queimando na casa.

“O bebê não era comum dormir nesse quarto, são algumas versões, contradições que ao longo do dia estamos checando. O quarto estava trancado, outro fato que temos que esclarecer, quem trancou e por que estava trancado?”, pontuou Jordão. Durante a tarde, a Polícia Científica e a Defesa Civil estiveram no local. Oito testemunhas foram ouvidas até o momento entre familiares, vizinhos e policiais que atenderam a ocorrência. Ainda não se sabe a causa do incêndio, mas segundo o delegado, tudo leva a crer que o fogo começou no quarto em que as crianças dormiam. No final da tarde foi encontrado um celular no cômodo, que foi apreendido. Os corpos dos três irmãos continuam no IML de Suzano e devem ser liberados na manhã desta quinta-feira (18).