“Uma cena forte”, diz o delegado Edmar Henrique Cardoso ao falar sobre o que viu na manhã desta quarta-feira (17), em um matagal em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde encontrou os corpos de Cleifane Costa Campos, de 24 anos, e o filho dela, de 2 anos e 9 meses, ambos já em estado de decomposição. “Quando cavamos o local indicado pelo namorado dela em uns 60 a 80 centímetros, sentimos um odor muito forte. Sabíamos que tínhamos encontrado os corpos, mas quando vimos, foi muito triste. Eles estavam abraçados”, conta.

A mulher e o filho dela foram dados como desaparecidos no dia 29 de janeiro. A última vez que Cleifane havia sido vista viva foi no dia 27 de janeiro, quando foi para a casa do namorado, de 28 anos, em Igarapé. Ele foi preso nessa terça-feira (16) e um vizinho dele, nesta quarta (17). Durante os interrogatórios, nenhum dos dois confessou o crime, mas ambos passaram a se acusar. Mas, apesar de não ter confessado expressamente o assassinato da namorada e do enteado, o suspeito disse que eles estavam mortos e apontou o local onde os corpos estavam.

Segundo o delegado, poucos dias após a mãe da vítima registrar o desaparecimento da filha, o namorado dela já era considerado o principal suspeito, uma vez que, na ocasião, foram encontrados vestígios de sangue em seu carro e ele apresentava arranhões pelo corpo. “A justificativa para os arranhões não nos convenceu. Ele disse que estava brincando com a Cleifane em uma passarela enquanto a carregava e fingia que a jogaria de lá, e que após a colocar no chão, ela se irritou e o arranhou. Após uma segunda perícia no carro dele, as amostras do sangue e do DNA da mãe dela coincidiram, mostrando que o sangue no carro dele era realmente da vítima”, conta.

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Com as provas em mãos, foi feito um pedido de prisão contra o suspeito na última semana, e que foi autorizado pela Justiça nessa terça, quando ele foi detido. “Fizemos um longo interrogatório com ele, foram cerca de 6 a 8 horas direto o interrogando e ele negou tudo. Mas, durante a madrugada, ele confessou, em parte. Disse que a Cleifane e o enteado estavam mortos. Fomos para o matagal que ele indicou, perto da casa dele, uma mata fechada mesmo, mas como chovia muito e estava escuro, não conseguimos localizar os corpos. Hoje pela manhã, já sem chuva e com o dia claro, voltamos lá e os encontramos”, detalha o delegado. Apesar de indicar o local, o suspeito não disse como e nem por quê as vítimas foram mortas, mas apontou como culpado seu vizinho e amigo, que também está detido.

“O curioso é que na época do desaparecimento, este vizinho prestou depoimento e disse que tinha certeza que o amigo não tinha envolvimento no crime. E agora está falando que ele tem envolvimento. Isso porque o suspeito – namorado da Cleifane – disse durante o interrogatório que reclamava da mulher com ele, dizendo que ela era ciumenta, possessiva e trazia transtorno para a vida dele e que, com isso, esse amigo o teria aconselhado da seguinte forma: ou você termina este relacionamento de vez ou dá um fim nela”. Segundo o delegado, o vizinho do suspeito ficou revoltado com a acusação e disse à polícia nesta quarta que sempre desconfiou que ele era o culpado pelo desaparecimento.

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As investigações continuam para tentar esclarecer a causa da morte das vítimas, o que depende do resultado dos exames feitos no IML, que devem sair entre 15 e 30 dias. No entanto, por se tratar de um caso de grande repercussão, é possível que o resultado fique pronto antes. Outro aspecto nas investigações que chama a atenção da polícia é a morte da criança. “Era um menino especial, a família estava suspeitando que ele tinha autismo. Ele tinha dificuldades de fala e, portanto, a morte dele não seria por queima de arquivo. O que a gente não entende é porque mataram a criança, já que em conversa com pessoas próximas ao casal as informações são de que o suspeito tinha muito amor e carinho pelo enteado”, conta o delegado. Ele e o vizinho seguem detidos na delegacia de Igarapé, enquanto aguardam vaga no sistema prisional.

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