A tragédia familiar ocorrida em Muritiba, no Recôncavo baiano, chocou quem conhecia Lucival de Oliveira Rodrigues, 33 anos. Ele foi encontrado morto em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), três dias depois de matar a filha Michele, com dois tiros e balear o filho.

Conhecido como Buti da Rifa, o pai das crianças foi encontrado morto em uma casa de um condomínio do bairro Caji. Para a polícia, a hipótese principal é de que ele tenha cometido suicídio, já que ele foi encontrado com sinais de enforcamento.

Os policiais chegaram à casa onde Lucival estava após uma denúncia. Não foi informado a quem pertencia o imóvel e o homem foi encontrado sozinho. A arma usada contra os filhos não foi localizada.

No dia do crime, antes de chegar a Lauro de Freitas, ele foi visto em um posto de gasolina em Cruz das Almas, onde abasteceu a moto, modelo Broz, e saiu sem pagar. Lucival não usava camisa ou capacete, apenas bermuda e sandálias.

A moto pilotada por Lucival foi a mesma que ele tinha colocado numa rifa, cujo número do bilhete não foi sorteado. Quando isso acontece, significa mais lucro e possibilidade de realizar outra rifa com o mesmo produto oferecido na anterior. Com o dinheiro, o homem fez um churrasco para amigos e familiares no domingo (7), em casa, onde ingeriu bebida alcoólica.

Lucival atuava no distrito de São José, a 30 km de Muritiba e onde moram cerca de 8 mil pessoas. Ele residia com a família na localidade de Mil Peixes, a cerca de 5 km de São José. Todo mês ele promovia rifas, sempre de motos.

Repercussão
O farmacêutico Leandro Cardoso Pereira, 35, dono de uma farmácia em São José, disse que Lucival era uma pessoa aparentemente tranquila. Quase todos os dias estava no distrito para vender bilhetes de rifa.

“Não cheguei a ter amizade. Ele chegava aqui, pagava contas, botava crédito no celular e ia embora. Eu sabia quem era, mas nunca ia imaginar que pudesse cometer essa atrocidade, ainda mais com a família”, declarou.

Segundo colegas de Lucival, que atuam na mesma área, ele rifaria primeira vez um carro – o modelo não foi identificado. O homem já tinha, inclusive, vendido alguns bilhetes.

“Se ele fosse preso, poderia tentar recuperar (o dinheiro de quem comprou as rifas), mas morto, fica difícil”, disse o também rifeiro Danilo Menezes. O bilhete custava R$ 20. Não há informações sobre quantas pessoas fizeram a compra com Lucival.

Menezes disse ainda que o colega vendia rifas também em outras localidades de Muritiba e, às vezes, em São José.

Lucival era casado havia 12 anos com a dona de casa Darlene dos Santos Magalhães, 31. Ela está com o filho no Hospital do Subúrbio, em Salvador, para onde ele foi levado após ser baleado no braço esquerdo pelo pai. O quadro de saúde do menino é estável.

O CORREIO tentou contato com Darlene, sem sucesso. Ela ainda não prestou depoimento à polícia.

Nascida e criada no distrito de São José, a dona de casa trabalhava também como diarista em pequenas propriedades rurais de Mil Peixes. Recentemente, tinha prestado serviços numa área agrícola da prefeitura local.

“Tínhamos contato durante a infância e adolescência. Depois, ela cresceu e foi embora pra Mil Peixes. Vinha aqui de vez em quando. É uma pessoa boa, tranquila”, disse Eliana da Paz, 33, balconista de uma farmácia no distrito de São José. “Nós todos aqui estamos muito chocados com o que ocorreu com a família dela”, completou.

A filha assassinada, Michele, estudava na Escola Municipal Clementino Firmino de Oliveira, em São José. Ela estava no 5º ano. O CORREIO não conseguiu contato com a direção da escola. e a secretária municipal de Educação, Selma Conceição, preferiu não comentar o caso.

A investigação sobre o crime continuará mesmo com a morte do pai, já que a polícia ainda precisa ouvir Darlene, que deve depor assim que o filho receber alta do hospital. Com ás informações do Correio24hrs*

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