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Dono de uma empresa de turismo em Trancoso, balneário turístico em Porto Seguro, no Sul da Bahia, Erisvaldo Lopes, 47 anos, perdeu a esposa Rafaela de Jesus, 28, para o novo coronavírus.
A sétima morte pela doença no estado aconteceu na última quinta-feira (2), uma semana depois de Rafaela ter dado à luz a primeira filha do casal, Alice, que agora está com 15 dias de vida.

A situação se tornou ainda mais complicada quando Erisvaldo virou alvo de mensagens ofensivas quando retornou de Itapetinga, cidade onde a vítima foi internada.

 O motivo das mensagens de ódio que se espalharam pelos aplicativos de mensagem de moradores da cidade era o fato de muitos acusarem Erisvaldo de estar espalhando o vírus no município.

Ele foi testado para a doença, mas não acusou infecção. Além dele, outros dois filhos, de 28 e 24 anos – frutos de outro casamento -, duas netas, de 8 e 3 anos, além de uma amiga da família, de 32, foram testados, também sem apresentarem o vírus.

 Já a bebê foi testada positivamente para a covid-19 e está em isolamento domiciliar sob cuidados de uma amiga da família. “Ela não tem sintomas. Está muito bem e não apresenta nada”, contou o pai que, até o dia 18 de abril, quando acabará o isolamento, só poderá ver a filha de longe, sem interação física.

Sobre o preconceito que sofreu dos moradores de Trancoso, o dono da empresa contou que preferiu apagar as mensagens após ter lido. “São comentários bestas, de gente que não entende a situação e não tem o que fazer. Eu fiquei muito triste quando li aquelas coisas que meus colegas estavam me mostrando”, conta.

 

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No dia em que retornou a Trancoso, Erisvaldo aproveitou a companhia do filho para passar no banco e na farmácia, mas destaca que foi o filho que saltou nesses locais, não ele.

Após as críticas, gravou um vídeo onde explicava o ocorrido com a esposa e afirmava que o contato com pessoas de diferentes localidades do Brasil e do mundo fazia parte do seu trabalho.

“Dizia no vídeo [que também foi apagado] que eu não posso ter preconceito com meus clientes porque trabalho numa cidade turística. Preciso atender todos eles muito bem e é por isso que consigo muitos clientes. Não só do Brasil, mas de vários países”, contou.

Entenda como Rafaela foi infectada

A principal suspeita de infecção de Rafaela surgiu justamente por conta do ofício do marido. No dia 14 de março, Erisvaldo trabalhava transportando convidados de um casamento em Trancoso, mesma cidade onde ocorreu a cerimônia de matrimônio da irmã da digital influencer Gabriela Pugliesi.

Alguns dos convidados que estiveram com Erisvaldo no outro evento também estavam na festa anterior.

Apesar de não ter tido contato direto com as pessoas transportadas pelo marido, Rafaela compartilhou o carro após o uso, além de ter tido contato com colegas da empresa de turismo, que também trabalharam naquela data.

Erisvaldo contou que ainda não entende de fato de onde a contaminação veio, principalmente por todas as outras pessoas que estiveram em contato com ele não terem manifestado nenhum sintoma sequer.

“Quero as respostas para essa situação”, declarou.

Como Alice está assintomática, ele informou que, por meio da orientação de advogados, pediu uma contraprova também para a filha, para ter a certeza de que ela, de fato, foi contaminada pelo novo coronavírus. | CORREIO.

 

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