Juliana Baiardi encontrou resistência para assumir a construtora do grupo (Silvia Costanti/Agência O Globo)

Odebrecht está promovendo uma verdadeira dança das cadeiras executivas na tentativa de reestruturar suas operações e voltar a dar, nas palavras de ordem usadas dentro do grupo, “sinais de sobrevivência, crescimento e perpetuidade”. Na segunda-feira 11, o então presidente da OEC (antiga Odebrecht Engenharia & Construção), carro-chefe do grupo, Fábio Januário, foi afastado. Para o seu lugar, a indicada pela família controladora do grupo foi Juliana Baiardi, hoje presidente da Atvos (antiga Odebrecht Etanol). Seu nome, no entanto, encontrou resistência entre os executivos tanto da construtora quando da holding. Na edição desta semana, VEJA explica mais sobre a encrenca em que se encontra a Odebrecht.

O grupo, então, recuou para uma solução intermediária até se tomar uma decisão definitiva: para o cargo de vice-presidente do conselho do conglomerado. Juliana será incumbida da missão de formar um comitê ─ ainda sem membros definidos ─ que escolherá o próximo presidente da OEC. Mas qual o motivo da resistência?

Na Odebrecht, para além das questões empresariais, os sobrenomes pesam muito. Juliana é engenheira civil, formada pela Universidade Federal da Bahia e com MBA pela Columbia University em Nova York. É, também, filha de um ex-presidente da construtora: Renato Baiardi, que ocupou o cargo até 2002, quando Marcelo Odebrecht assumiu. Seu irmão também tem história dentro do grupo: Ernesto Baiardi é ex-presidente da Odebrecht Angola e foi um dos executivos do grupo que colaborou com a Lava-Jato. Ambos ligadíssimos a Marcelo, hoje persona non-grata dentro do grupo.

Juliana, na verdade, tinha a anuência de Emílio para assumir o comando da empreiteira, mas o sobrenome da executiva incomodou executivos do grupo e ela perdeu o emprego antes de assumir.

Com 14 anos de experiência no mercado financeiro, sendo dez anos no banco americano J.P.Morgan, Juliana ingressou em 2011 no Grupo Odebrecht. Antes de assumir a presidência da Atvos (cargo que acumulará com o de vice-presidente da holding), também foi CEO da OTP, empresa de rodovias, mobilidade urbana e logística do principado, e participou da venda da então Odebrecht Ambiental para o fundo de investimentos canadense Brookfield. A entrega dos rumos da OEC nas mãos de Juliana prova: na Odebrecht o currículo não é a única coisa que importa.

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