Eleito governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do PSC, afirmou em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, nesta terça-feira (30), ter solicitado levantamento de quantos “snipers” – atiradores de elite – existem em unidades especiais das polícias Militar e Civil. Witzel, que é ex-juiz federal e foi eleito para o Palácio Guanabara com quase 60% dos votos válidos, também anunciou que irá pedir ao governo federal a manutenção de decreto de Garantia da Lei e da Ordem por mais dez meses. Ao tratar dos atiradores de elite das corporações, Witzel respondeu a pergunta sobre uma de suas propostas que buscou enfatizar durante a campanha: abater criminosos que estejam com fuzis.

Na sequência, o governador eleito foi confrontado com casos no Rio em que pessoas com furadeiras e guarda-chuvas foram baleadas e mortas por policiais militares. Witzel argumentou que os tiros não foram dados por “militares preparados”. Witzel lembrou, então, o flagrante na manhã desta terça, no qual o Globocop registrou homens armados de fuzil disparando contra um blindado da polícia na Cidade de Deus, Zona Oeste. “Tinha cinco elementos de fuzil. Ali, se você tem uma operação em que os nossos militares estão autorizados a fazer o abate, todos eles seriam sido eliminados”, disse. Questionado, o governador acrescentou que policiais especializados em disparos precisos e a longa distância também poderão ser colocados em helicópteros para efetuar os disparos. “Quem vai dizer são os técnicos que vão montar as operações”, explicou. Assista:

Witzel esclareceu que a autorização para o abate de criminosos de fuzil nas ruas é uma interpretação pessoal do Código Penal e afirmou que vai defender os policiais nos tribunais. No entanto, admitiu que existe o risco de o policial ser condenado em tribunais do júri. “Prefiro defender policiais no Tribunal do que ir a funeral. O policial será defendido. Se condenado, nós vamos recorrer. Se a setença for mantida, é um risco que a gente corre. O que me deixa desconfortável é ver bandido com fuzil na rua.” A Anistia Internacional comentou as declarações do governador eleito sobre a política de “abater” criminosos portadores de fuzil. Disse que a medida afronta a legislação brasileira e internacional e desrespeita as regras de uso da força e de armas de fogo. Declarou ainda que autorizar previamente os policiais a atuarem de forma ilegal, violenta e violando direitos humanos só resultará em uma escalada da violência e colocará em risco a vida de centenas de milhares de pessoas, inclusive os próprios agentes da segurança pública.

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